terça-feira, 13 de maio de 2008

Os dicionários da droga

Ontem, 12 de Maio, a rubrica Frente-a-Frente do Jornal das Nove da SIC-Notícias, apresentou um interessante debate entre os deputados prof. Fernando Rosas, pela esquerda, e dr.ª Teresa Caeiro, pela direita.

A dr. Teresa Caeiro mostrou-se escandalizada com a publicação num site do IDT (http://www.tu-alinhas.pt/InfantoJuvenil/displayconteudo.do2?numero=19221) de dicionários referentes ao calão actual relacionado com a droga, interpretando essa publicação com um incentivo ao consumo.

Eu, que nem sonhava com a existência de tais dicionários, não resisti a uma visita. Agradeço ao IDT a possibilidade de actualização do vocabulário. É que, para compreendermos o mundo que nos rodeia temos que compreender a sua linguagem e confesso que já estou um pouco desactualizado!

Não vejo dramatismo algum na publicação daqueles dicionários, que não são diferentes do que seriam os de gíria médica ou dos dialectos Patuá ou Minderico: um contributo para a cultura.

A discussão caiu depois nos métodos de luta contra a droga, com as posições que são conhecidas dos dois interlocutores. A direita defende o processo repressivo do consumo, enquanto a esquerda tem uma posição mais moderada.

A meu ver, o caminho seria o seguinte:
  1. Porque há incentivos ao consumo de drogas? Porque é um bom negócio.
  2. Então o caminho não é reprimir os consumidores, vítimas do processo, mas estragar o negócio. Aqui começa o problema. É que grande parte da economia, não só nacional, mas mundial, passa pelo tráfico de droga e quem domina a economia domina o mundo.
  3. Para estragar o negócio, poderia aproveitar-se a ideia das "casas de chuto", com fornecimento gratuito de droga e tratamento para os viciados. Se a droga é gratuita estraga-se o negócio. Ao mesmo tempo atraem-se os doentes para processos de tratamento.
  4. Quanto aos traficantes, agravamento das penas e diminuição das garantias de defesa. Com o fim do campo de tiro de Alcochete, a Força Aérea podia treinar nas lanchas rápidas dos traficantes. Só se perdem as que caírem no mar!

2 comentários:

Anónimo disse...

boa tbm, mas, aumentar pena pra os traficantes, uma vez que a droga será distribuída gratuitamente (?)Ora pois, se a droga será distribuida não haverá tráfico, se não haverá tráfico não haverá quem pratique então a quem seriam aplicadas tais penas?

ou teria tipo um ponto autorizado para a distribuição de drogsa grátis srrsr ?

Guimaraes disse...

Eweline

O problema é que só há drogados porque os traficantes induzem os jovens ao consumo para terem uma boa fonte de rendimento, numa espécie de "fidelização".
Se a distribução for gratuita e controlada para os viciados (fidelizados), não há lucro para os traficantes, levando a que acabe o aliciamento dos jovens.
Claro que isto é utopia da minha parte, uma vez que uma medida destas seria combatida, tanto pelos mais conservadores, como pelos "puritanos" a que se estragaria o negócio.