quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fui roubado

Não! Não vou falar dos escandalosos vencimentos dos "boys" partidários sem o mínimo de qualificações colocados em importantes e rendosos lugares em empresas controladas pelo Estado. Vou falar de ladrões baratos.

Quando na terça-feira regressava do carnaval de Ovar, no parque da estação da CP de Aveiro, notei algo estranho no espelho esquerdo do meu carro: o vidro espelhado não estava lá! Como não havia estilhaços de vidro no chão, concluí que o espelho tinha sido meticulosamente desmontado e subtraído, presumivelmente furtado (temos de ter muito cuidado com as palavras...).

O artista (não lhe chamo ladrão para não ser processado por ofensa ao bom nome e imagem social do presumível subtractor...) sabia o que estava a fazer, mas, talvez devido a má posição do carro, partiu um terminal do circuito de aquecimento da peça que levou. Espero que não me exija indemnização por isso...

Claro que não apresentei queixa, temendo que algum juiz me obrigasse a pagar ao artista o tempo gasto em tão meticuloso trabalho.

O dia em que fui preso

Faz hoje 54 anos, tinha eu 10 anos, que fui preso pelo hediondo crime de prática desportiva na via pública sem a respectiva licença.

Foi na Rua da Igreja de Paranhos a chegar ao Largo do Campolindo. Estávamos 4 putos a jogar a laranjinha, quando apareceram 3 polícias (nesse tempo ainda havia muitos a pé...) que nos prenderam.

Para os menos versados nestas coisas do desporto passo a informar que a laranjinha se jogava com um bocado de casca de laranja, que se lançava com a mão. Portas de garagem, uma de cada lado da rua, eram as balizas. O resto já devem saber: muda aos 6, acaba aos 12. Era uma espécie de handebol do desenrasca!

Fomos levados para a esquadra, ali próxima, e valeu-me ter aparecido o bom do sr. José Paulo, pai do meu amigo Zeto, e pagar a multa de 16$50 (naquele tempo dava para um bom almoço...), para eu me ver livre daquilo.

Nunca mais me esqueceu o 18 de Fevereiro! Nunca mais acreditei em polícias de bom senso nem na inteligência das leis...