terça-feira, 29 de abril de 2008

Moralidades...

Está na moda alguns políticos que se dizem herdeiros do anticlericalismo da 1.ª República afirmarem: "A moral da República é a Lei!" Como se a moral fosse exclusivo de determinada religião, em contraponto com a lei civil.

Esta afirmação pode significar que a moral fica cativa da vontade dos legisladores, o que pode resvalar perigosamente para uma moral oficial, familiar próxima das "verdades oficiais", próprias de regimes que não são propriamente democráticos.

Poderá ainda querer dizer que a moral se esgota estritamente na lei, isto é, que só o que está na lei é moral e que tudo o que está na lei é moral.

Ora vejamos exemplos:
  • Um agente da PSP ou da GNR persegue um criminoso e tem um acidente com a viatura. É sabido que é responsável pelos danos causados, uma vez que as viaturas das forças de segurança não têm seguro. Poderá ser muito legal, mas será minimamente moral?
  • O Estado, por interpostos institutos "autónomos", expropria terrenos para construção de auto-estradas e outros PIN e não paga atempadamente aos expropriados, a quem foi imposta a expropriação, ordenando até cargas policiais contra os que se opõem à ocupação. Será isto legal? Moral não é certamente!
  • Ouviu-se há dias a história de um cidadão a quem foi comunicado pelo tribunal que teria de pagar as custas de um processo de reivindicação de paternidade movido contra ele por um outro indivíduo e relativamente a uma criança de 4 anos que julgava ser sua filha e de sua mulher. Tinha-se demonstrado que a filha era do outro. Como o outro ganhou o processo, concluiu-se que ele o perdeu e, portanto, teve de pagar as custas. Pode ser muito legal, mas não me parece que seja muito moral.

Temos que a diferença entre lei e moral é a mesma que existe entre direito e justiça. Nada de confusões!

Quanto a moralidades e verdades oficiais, faço minhas as palavras do José Mário Branco: Nesse peditório o pessoal já deu!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Finalmente uma alternativa!

É público e notório que o actual governo é um acérrimo defensor dos funcionários públicos, sobressaindo a sr.ª ministra da Educação pelo desvelo verdadeiramente maternal que dedica aos professores.

Do lado da oposição, o dr. Menezes, contrariamente aos seus antecessores, também não regateia demonstrações de carinho pelos funcionários públicos, tendo até apoiado a manifestação dos professores.

Claro que é esta situação a causa de todos os males do país.

Não desanimem, que vem aí a alternativa! A dr.ª Manuela vai concorrer a líder da oposição e, consequentemente a chefe do governo. Essa sim! Como ministra das Finanças desancou nos funcionários públicos e, como ministra da Educação, dizia não falar com professores nem com alunos.

Finalmente vai ser posta na ordem a cambada dos funcionários e a chusma dos professores.

Chamam alternativa a cada coisa!....

terça-feira, 8 de abril de 2008

Tenho vergonha....

Nos noticiários de hoje da RTP-1 (a tal dos "fretes" ao governo...) mostraram uma notícia da televisão espanhola sobre a continuação das multas aos trabalhadores (médicos, enfermeiros e outros) que residem em Espanha e trabalham em Portugal, por andarem naturalmente com os seus carros de matrícula espanhola.

Lembra-me de, em Janeiro passado e durante uma cimeira luso-espanhola em Braga, o sr. primeiro-ministro, com ar de muito admirado, ter considerado essa situação inadmissível e que iria legislar devidamente na próxima reunião do governo. Disse e cumpriu. No comunicado do Conselho de Ministros lá estava a anulação da medida.

Ficámos todos muito convencidos de que as multas tinham acabado.
A notícia de hoje diz-nos que, para além de as multas se manterem, a GNR faz "emboscadas" nos acessos aos hospitais para apanhar os "infractores".
Ficámos ainda a saber que a resolução foi para a Assembleia da República, onde não se sabe quando será discutida.

Não culpo a GNR por, na qualidade de força militar, fazer emboscadas para melhor neutralizar o "inimigo".

Que o respeito pela palavra dada e contratos feitos não tem qualquer valor para alguns políticos, sabem-no sobejamente os funcionários públicos, que o sentiram na carne.

No entanto, num contexto internacional, era de esperar que se suspendesse imediatamente a aplicação da norma e se envidassem todos os esforços para cumprir a palavra dada.

Como vejo que os exemplos internacionais de gente séria como Egas Moniz de Ribadouro ou Afonso de Albuquerque não são seguidos, venho declarar ter vergonha dos políticos do meu país e pedir desculpa aos profissionais espanhóis.

domingo, 6 de abril de 2008

Campeões da gestão

A 5 jogos do fim do campeonato, o F.C. Porto é novamente campeão. Mai' nada!

Os que não têm capacidades para perceber porquê, inventam logo mil argumentos do seu cardápio de actuações, desde corrupção da arbitragem, a compadrios políticos, a Carolinas, a Marias, cafés com leite e outras especialidades de cafetaria, não conseguindo chegar ao obviamente principal - boa gestão.

Vê-se de facto em campo uma EQUIPA, sem constelações estelares, mas onde todos jogam com todos e para todos, isto é, cada um sabe exactamente o que anda lá a fazer, bem como os papéis dos outros. A isto chama-se ORGANIZAÇÃO!

Qualquer empresa, começando pelo Estado, que trabalhe nos mesmos moldes, só poderá ter êxito, mesmo sem recurso aos iluminados "excelentes", que muitas vezes desaparecem quando falta a "luz", leia-se cobertura dos padrinhos políticos.

Estamos pois, como é evidente há muitos anos, perante um caso de êxito por boa gestão.
Não percam tempo a culpá-los. Basta imitá-los!

Parabéns aos CAMPEÕES!