quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Um país de campeões

Desde há vários anos que somos diariamente injectados com o modelo social a que o prof. Cavaco, enquanto primeiro-ministro, chamou de "sociedade de sucesso" e que não é mais que a sociedade dos "winners" e dos "loosers" e relativos "taxpayers".

Os portugueses, que se sentem "taxpayers", exigem a todos aqueles que tenham algum subsidiosito do Estado, portanto dos seus impostos, que sejam indiscutivelmente "winners". Afinal não passam de seus "empregados" com a obrigação de serem os melhores nas funções que lhes são confiadas, mesmo que o subsídio mais mereça a designação de esmola.

Da selecção de futebol não se exige menos que serem campeões da Europa e do Mundo. Os "patrões" já fizeram a sua parte, contribuindo para o subsidiosito e pondo a bandeirinha na janela.

Agora dos atletas olímpicos exige-se que traga uma medalha de ouro cada um. Caso contrário, são uma cambada de calaceiros que andam a passear à nossa custa. Não interessa se anteriormente, fruto de muito esforço pessoal, têm resultados muito acima do que seria de esperar das condições de que dispõem, tendo até já sido campeões do mundo.

Claro que para quem está sentado a ver as provas na televisão enquanto trinca uns tremoços e escoa umas bejecas tudo é muito fácil e só não ganham porque não querem.

É que os portugueses gostam muito de falar de desporto, assunto em que se julgam muito entendidos. Quanto a praticá-lo, ficam-se pelo levantamento do copo e lançamento da perisca.

Quando essas modalidades passarem a disciplinas olímpicas, haverá certamente chuva de medalhas de todos os metais!