quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O carnaval do Porto

Não achando graça nenhuma aos arremedos foleiros do carnaval brasileiro que vai sendo prática realizar em Portugal, vi anunciado um carnaval "à moda antiga" no Porto, e lá fui eu.

Comecei por almoçar na incortornável Travessa dos Congregados, onde tive a recordação duma tradição da casa dos meus pais, de que já não me lembrava: no carnaval come-se orelheira fumada com feijão branco. Claro que não resisti, nem às papas de sarrabulho (qualquer dia, lembram-se que ofendem as directivas da CE), rematando com um pudim francês bastante parecido com o que a minha mãe fazia.

Cumprida a primeira parte da tradição, lá fomos para a festa na Avenida. Uma peça de teatro, com actores e humor do Porto, talvez na linha da velha "Voz dos Ridículos". Um texto que o Gil Vicente não desdenharia de assinar! Actores com um desempenho que se via que era por gosto e não por "frete profissional". Gente bem disposta e que transmitia alegria à imensa plateia.

Demonstrou-se que um acto cultural não tem de ser chato nem elitista e que, para ser do agrado popular, não é necessário ser ordinário nem populista.

Parabéns aos autores, aos actores e aos organizadores!

Se para o ano houver mais, lá estarei...