quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Natal e natal

Desde tempos imemoriais, muito anteriores a Cristo, que, no hemisfério norte, se comemora a festa do solstício de inverno, quando os dias começam e crescer e se inicia novo ciclo da natureza.

Por exemplo, os chineses fazem a comemoração a 22 de Dezembro, com uma festa de unidade da família, muito semelhante ao Natal europeu.

A Igreja Católica, aproveitando a festa, estabeleceu que ela comemoraria o nascimento de Cristo, a 25 de Dezembro. Parece que a data é insustentável em termos históricos, mas não é por aí que vem mal ao mundo. A 2.000 anos de distância ninguém se preocupa com precisões de datas, importando, isso sim, o seu significado.

E o significado, concorde-se ou não, é a doutrina de unidade e irmandade de todos os seres, tão bem defendida por S. Francisco, baseada na humildade e na integração num todo universal.

Com base nessa doutrina, o Natal seria somente a festa simbólica da confirmação de uma vivência de irmandade e solidariedade permanentes.

Ao contrário de toda essa doutrina, desenvolveu-se o natal, época de consumismo obrigatório e desenfreado, que começa cada vez mais cedo. Este ano, já se viam apelos ao consumo natalício em Novembro.

A festa, de simbólica de uma situação habitual, passou a ser a quase única ocasião de solidariedade, muita dela exibicionista e propagandística de preocupação anual com os "pobrezinhos".

Por isso, sou cada vez mais defensor do Natal no sentido franciscano, e menos do natal do velho da Coca-Cola.

Sem comentários: