Depois de mais de um ano para estudar devidamente o sistema e organizar devidamente o seu funcionamento, assistiu-se ao vergonhoso espectáculo da maior desorganização. Poucos dias antes da entrada em funcionamento, ninguém sabia muito bem como ia ser. Primeiro afirmou-se publicamente que os detentores de identificadores Via Verde nada teriam de fazer. Agora, têm de se inscrever no site ou nas lojas Via Verde (quando será possível?) e depois, no caso de inscrição no site, ir pessoalmente a uma loja, no prazo de 60 dias, confirmar a sua residência (que é mais que conhecida da Via Verde, das Finanças, etc...).
Para os estrangeiros, ainda a vergonha é maior. Têm de adquirir um identificador, carregá-lo com 50 ou 100 €, caso seja ligeiro ou pesado, e recarregar o identificador de 3 em 3 meses, perdendo qualquer saldo que haja. A isto, sendo uma subtracção de dinheiro às pessoas por meios coercivos (há sempre a ameaça da coima), chama-se ROUBO.
Um dirigente do governo da Galiza, tentou interpelar o sr. Secretário de Estado sobre o assunto, sendo-lhe negada a ligação com o argumento de que esse assunto era com o "call center". O "call center" informou-o de que o assunto era com a Estradas de Portugal, que empurrou para as concessionárias das SCUT, que por sua vez empurraram para o Governo. VERGONHA!
À hora da entrada em vigor das portagens, na primeira área de serviço da A23 havia 11 (onze) identificadores para vender a estrangeiros...
Mas nem tudo é mau!
Ganhamos mais uma categoria para tratamento protocolar das pessoas. Do mesmo modo que o Papa se trata por "Vossa Santidade" um cardeal por"Vossa Eminência", alguém importante por "Vossa Excelência", os que pensaram e executaram este projecto devem começar a ser tratados por VOSSA INCOMPETÊNCIA.
1 comentário:
Quando em Portugal as coisas deixarem de ser todas feitas no processo de chuta para a frente, desenrasca, e se corre mal empurra para outro, talvez comecemos a poder falar de país. Até lá temos esta coisa, que ninguém sabe muito bem o que é.
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