A ameaça da gripe, agora classificada de A para descanso dos pobres suínos, caiu nos noticiários como a proximidade do juizo final.
Falou-se da probabilidade de dezenas de milhões de mortos, enfim, uma catástrofe!
Do governo esperava-se, e alguma imprensa exigia, daquelas acções de grande espectáculo, que dão sempre a ideia de grande eficiência. Por exemplo, o governo egípcio mandou abater todos os porcos do país. Como os porcos nada tinham a ver com o assunto, a não ser o nome do virus, aí está uma acção espectacular, mas perfeitamente estúpida.
Estou-me a recordar do relativamente recente caso da gripe das aves em que, para dar ideia de grande preocupação, se ordenou a existência de salas de "isolamento" em todas as urgências hospitalares. Como uma sala de isolamento é uma unidade complicada impossível de fazer em poucos dias e, mesmo assim, implica grandes verbas, chamou-se "sala de isolamento" a uma qualquer sala em que a porta se pudesse manter fechada. Aqui está um exemplo de uma grossa asneira de grande impacto mediático.
Ao contrário, a nossa ministra da Saúde, com a serenidade que lhe é peculiar, organizou um esquema funcional e eficaz, sem alardes nem populismos mediáticos, que podem dar grandes títulos mas também originar enormes asneiras.
Organizou-se a resposta em 4 centros devidamente equipados, diminuiu-se a possibilidade de contágio afastando as pessoas das perigosíssimas salas de espera das unidades de saúde, assegurou-se o acesso a toda a gente com ambulâncias próprias e infundiu-se a calma e a confiança fundamentais em casos destes. E fundamentalmente mantém-se a população devidamente informada e vai-se adequando a resposta às solicitações da situação.
Grande exemplo para outros ministros...
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