Estamos naquela época do ano em que quase todos os povos do hemisfério Norte festejam o solstício de Inverno e consequente renovação da Natureza com os dias a crescerem. É a festa do Sol e da luz.
A Igreja Cristã escolheu esta época para situar o nascimento de Cristo, associado à nova luz do mundo. É irrelevante a data exacta do nascimento. O importante é a sua mensagem e os seus actos.
Também é a época em que tradicionalmente se festejam a família e a solidariedade, desdobrando-se os políticos em apologias dos velhinhos, a que não ligaram peva todo o ano, dos desempregados, cujo desemprego não quiseram evitar a bem da economia, e dos meninos coitadinhos, mas a cujos pais não se dão as condições para deles cuidarem.
De entre todas as já fastidiosas, por repetidas, mensagens, sobressaiu uma, curiosamente de um "inimigo" do cristianismo, o islâmico fundamentalista presidente do Irão, que pôs a pergunta que todos os que se intitulam cristãos deveriam pôr a cada hora do dia: "Se Cristo vivesse agora, que posição tomaria perante os problemas actuais?"
Por uma pergunta semelhante foi S. Francisco de Assis considerado herético, escapando por pouco à correspondente execução.
Sim. Que posição tomaria ao ver a sua doutrina transformada em Igreja institucional pelo imperador Constantino para servir de cimento agregador do império a desmoronar-se. Não seria "dar a César o que é de Deus"?
Que posição tomaria ao ver praticar em seu nome os roubos, violações e atrocidades dos cruzados medievais que, em nome da religião, só pretendiam o saque e as honrarias cavaleirescas?
Que posição tomaria ao ver, em seu nome, os genocídios da Santa Inquisição?
Que posição tomaria perante empresários que se intitulam seus fervorosos servidores e não esitam em roubar escandalosamente aqueles que neles confiam?
Certamente apoiaria homens como Francisco de Assis, António Vieira e os padres da "Igreja da Libertação" da América do Sul.
Pensemos nisto e certamente contribuiremos para um melhor 2009.
FELIZ ANO NOVO!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário