quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Os professores e os incentivos à natalidade

Aquilo que disse no post "Educação feudal" caiu-me em casa.
A minha nora, educadora de infância com um filho de 12 meses de idade, foi colocada num Jardim de Infância numa freguesia, de cuja existência nem desconfiava, a 120 km da residência.
Até aqui nada de anormal, dentro da "normalidade" do nomadismo dos professores.
Quando ela, dada a grande dificuldade, risco e custo de deslocação diária de 240 km, se preparava para alugar um alojamento lá na terra e colocar o filho numa creche, chegou à conclusão de que a creche mais próxima fica a 16 km e pertence a uns senhores a quem a A.S.A.E. já encerrou uma outra creche por falta de condições de higiene. Resumindo, não há creche.
Em 2 períodos de 6 horas que passei nessa localidade percebi porque é que não há nem haverá creche. Falta "massa crítica". Não há bebés!
Para solucionar o problema, uma vez que, com a aproximação do Inverno, cada vez o acesso à localidade será mais difícil, solicitou superiormente autorização para levar o filho para o Jardim de Infância. Foi-lhe negada a autorização.
Perante esta situação, solicito que alguém me responda às seguintes questões:
- O Ministério da Educação pertence ao mesmo Governo que alardeia recentes incentivos à natalidade?
- Depois de se aproveitarem os incentivos, que se faz aos bebés filhos de professoras? Metem-se num saco e deitam-se ao poço, como faziam aos gatos?
- Será que é o modo de se livrarem das professoras, que poderão ter de acabar por se demitir, contribuindo assim para a "reforma da Administração Pública"?
- Ainda haverá neste país algum político com um mínimo de coerência e vergonha na cara?

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